quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Confusões de Fernanda

" Com tão pouco se tem tudo. Fernanda não sabia de mais nada, na verdade: ainda não sabe.

Com palavras e encontros por acaso, foram se conhecendo. Havia dias em que tudo era tão claro quanto o Sol que entrava pela porta da sala, e todas as palavras pareciam ter sentidos.

Tudo era tão lindo, ah...Como as palavras que vinham dele faziam a Garota sorrir, mas não era simples o sorriso, era daqueles que se percebia que era com tanta vontade que ate sentia chegar na orelha. Os dias estavam sendo dias que ela nunca tinha visto. Até a chuva que caia no quintal parecia agradar ela e o frio que começava a ser mais intenso parecia nem atingir, via no céu estrelas por de trás de todas as nuvens. Até as músicas que sempre ouvirá e que de nada lhe atingia começaram a fazer sentido, letras e frases de canções faziam parte dos dias. Cantava alto, pelas ruas, com os fones nos ouvidos todas aquelas canções que faziam parte daquele momento. A alegria de ir dormir com uma mensagem de Boa noite e acordar com uma ligação de Bom dia, ela já levantou sorrindo.

Os dias então foram se passando, e já não era mais aquilo. Não tinha mais palavras de sorrisos de orelha a orelha, já não tinha mais mensagens e nem ligação de Bom dia, Fernanda então achou que fora apenas um encantamento, que todas as alegrias e palavras não passavam de momento e que todo aquele momento (que até fizera bem à Fernanda) teria acabado. E que todas as palavras ditas, eram apenas ditas. O rapaz não dava o perceber para a garota, até parecia que era de própria vontade ver Fernanda com olhares confusos. Já não havia mais as palavras e nem sinais, os olhares já não tinham mais receio de se cruzar. Foi quando Fernanda cansada de se sentir enganada disse tudo o que estava preso para o rapaz, falou...falou...falou...e de nada adiantou. Continuava á se sentir enganada.

Foi quando no mesmo caminho de sempre, algo novo aconteceu. Fernanda não entendeu o que tinha sido aquilo, só sabia que todas as borboletas haviam levantado para dançar dentro dela bem naquela hora, e que o ar não entrava mais no seu corpo, se sentiu meio fora de si e confusa, seguiu seu caminho sozinha e não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido “Seria aquilo quase um...?” mas ela não sabia responder. Não havia explicação.

Ela não conseguia entender o que tinha acontecido, achava que ao encontrá-lo ele pudesse então explicar para ela. Houve uma explicação e então mais uma vez Fernanda se sentiu enganada. “As borboletas eram falsas? Como ousa acordá-las e simplesmente, sair?”.

Os dias foram passando e Fernanda havia começado a “andar sozinha” já não se importava mais, fazia questão de não querer lembrar, pois poderia acordar suas pobres borboletas outra vez, já que elas voltaram a dormir. Seu modo de se mostrar tinha mudado de tom, aprenderá a ver o Cinza junto com o Amarelo, o Rosa e Azul. Não fazia dos seus dias apenas o seu mundo, mas sim a Realidade que rodeava ela e que ela fingia não ver para não sofrer. E com isso foi passando os seus dias.

Até que outra vez o acaso bateu na sua porta, mais um acontecimento que ela buscava explicações e não achava, não achava. Só que desta vez, ele mostrou à Fernanda o que teria sido aquilo, e que ali não era o fim, mas um provável começo. Fernanda ainda não entende, mas prefere não pensar, porque como o próprio rapaz disse “o vento vai dizer...” e tudo aquilo que ela não entende agora, quando chegar o vento vai explicar pra ela. "


[De autoria minha. História Fictícia]

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